domingo, 27 de novembro de 2016

Empreendedorismo no Brasil

Empreendedorismo no Brasil é carrinho de cachorro quente, salão de cabeleireiro e botequim

Mãe Santíssima



Mãe Santíssima protege á todos, principalmente os que não sabem que são por ti protegidos

eu sei o que é ser jovem


1983 fusquinha assombrado na madrugada da USP. de repente todo mundo salta do fusca em movimento, inclusive o motorista, pra dançar mais a vontade. 

honorável senhor rodobiko hirata

https://67.media.tumblr.com/9d6a50498106b967a64f389143c72091/tumblr_mpfmvnbi4V1qdm4tlo1_500.gif

meu mestre no colegial, honorável senhor rodobiko hirata, me incentivou no caminho das ciências. o incentivo foi bom, eu é que falhei.
ele me disse: observe uma vela, a chama de uma vela , faça os registros...
a mim sempre coube o sonho, o se, a vontade...
tudo que poderia ter sido



#doisvelhosamigos


- a gente não precisa ficar falando, né?!

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

treze


quando bastava subir a ladeira
para ficar fora de mim
quando ficar fora de mim 
era tudo o que eu queria
circular

quando descer a ladeira
para dentro de mim
era sempre possível
estar nem aí nem aqui
poder voltar

quando o mundo ao redor
com chuva ou luar 
subindo e descendo
o mundo continua
em outro lugar

eu volto a subir a ladeira
tudo que eu quero é sair 
descer de volta para mim
encontrar algum lugar
desencaramujar

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

constituo um mistério igualmente para mim


que fazer com os cantos escondidos, sem audiência, traço infinito, não linear, á espera de codificação. lugares sem iluminação, insulares,  naufrágios, bilhetes em garrafas que não foram ao mar.
que fazer com o inseto que vagueia a procura da lâmpada, de um pedido, roendo a corda, ziguezague que não finda. que fazer com as teias de aranha, sem essa, manhãs sem sol, apitos de fábrica, marcha dos operários sem ordem.
que fazer, que fazer, que fazer?
insônia e rock'n roll, roer as unhas, as cordas, porão e não sótão, abstenção, caretice, espanto, hoje ainda me penso antes do fim do dia, antes que amanheça e eu ainda esteja aqui.

domingo, 13 de novembro de 2016

minha versão dos fatos:
eu não vejo a hora de sairmos juntos de mãos dadas a rever estrelas; eu disse eu não vejo a hora de escutarmos de novo as fontes abençoadas de águas e cascatas; eu disse eu não vejo a hora de sentirmos o cheiro de lavanda nas alamedas cansadas; eu disse eu não vejo a hora de um novo beijo ser melhor que o antigo na mesma boca muitas vezes beijada; eu disse eu não vejo a hora de mãos dadas pelas prais desertas inventadas somente naquele exato momento para nós dois; e os meus cinco sentidos nada são, arremedo para intuição de que tudo está ajeitado num futuro incerto para todos, exceto para nosostros; clarividência do fracasso espetacular da experiência coletiva versus nossa felicidade particular; premonição do tempo ruim que promoverá crises sem solução, saída ou diálogo enquanto nós dois protegidos na cama bagunçada encontramos amparo em nossos olhos; percepção sutil, entendermos de fato o que é telepatia, mesmo nos desentendo e desencontrando e discutindo, e ao redor tudo densamente desaba e liquidifica. sobre tudo isso versões melhorada da voz humana.
http://postcardsfrombodyland.blogspot.com.br/2016/09/respect.html

o barulho de quando a preta cai apaga toda memória do barulho da branca que caiu. e vice-versa.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

agarrado ao Machado


sento no lugar que havia pra sentar, de costas para onde o trem ia me levar, tenho medo da cinetose, mas não posso evitar a fissura de terminar o livro. não me pergunte quantas vezes eu li esse livro.
na outra estação entra um cara, meio viado, mas hoje em dia, como mamãe já dizia, todo mundo é meio viado.
estava a ler o capítulo que eu mais gosto, está ali, quase ali, quase eu li, o mistério, mas o mistério, bem compreendido, nunca termina, em algum lugar do passado, fica esboçado, por metáforas, o mar, minha vida, como um marujo conta o seu naufrágio?

fecho o livro. o cara tem um escorpião tatuado na mão, coisa de cadeeiro, ou como papai já dizia, são quase todos uns porcos com essas tatuagens, fala:
- Ah! Dom Casmurro... esse Escobar, mas não vou falar, você ainda não terminou o livro...
- Esse é aquele livro que nunca termina.

sábado, 5 de novembro de 2016

ENEM NÃO É PRA NENEM

#doisvelhosamigos

· 

- como o que você tá?
- uma merda.
- mas ontem você estava bem.
- ontem foi ontem


eu tenho seu silêncio
você tem meu silêncio
assim nos falamos

a mesma praça



combateremos o mal
lutaremos bravamente
para espantar a caretice
nos juntaremos aos bons
combateremos bravamente
lutaremos todos os juntos
para promover o bem
nos juntaremos contra o mal
para nos livrar da caretice
só falta começar

a caneta e a marreta
sutil diferença
lutas distintas 

escrevo


escrevo,ora te escrevo 
embora estas linhas, creio 
não te sirvam, assim penso 
desde que, 
caminhos separados, 
memória daquela tarde 
em que juntos 
cada um partiu para um lado 
sem aceno 
nem último desejo 
somente mal estar 
escrevo, assim te escrevo  
estas linhas ,embora, 
pareça-me cada vez mais 
tango desesperado 
chuva em feriado 
luto fechado 
gato preto estatelado 
fudido, atropelado 
escrevo, mas a chuva 
embora as linhas 
não cheguem 
a avenida a separar tudo 
carros estacionados 
trânsito congestionado 
ali mais longe 
um grande muro 
branco caiado 
a espera das linhas 
que, ora, te escrevo 
embora estas linhas 
cá comigo penso 
sirvam pra quê? 
escrevo embora a certeza 
teu coração pequeno 
cada vez menor o tempo 
capaz que um capote pegue bem 
ainda que não percebas 
escrevo 
embora 
disco riscado 

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

pessoas


pessoas vivem sem Machado de Assis
pessoas não vivem sem cerveja
pessoas não vivem sem ar condicionado
pessoas não vivem sem festa
pessoas vivem sem Matisse

pessoas vivem sem Piazzola
pessoas não vivem sem cabaré
pessoas não vivem sem fim de semana no litoral
pessoas não vivem sem música alta
pessoas vivem sem Rosa

pessoas vivem sem Pessoa
pessoas não vivem sem carro
pessoas não vivem sem por do sol
pessoas não vivem sem novela
pessoas vivem sem Thomas Mann

pessoas vivem sem Gainsbourg
pessoas não vivem sem uma sinuquinha
pessoas não vivem sem uma discussão
pessoas não vivem sem suco de pera
pessoas vivem sem Fellini

pessoas vivem sem Sebastião Salgado
pessoas não vivem sem uma sinuquinha
pessoas não vivem sem futebol
pessoas não vivem sem um role no inferno
pessoas vivem sem Elke Maravilha

pessoas vivem sem Audrey Hepburn
pessoas não vivem sem um role no shopping
pessoas não vivem macdonalds
pessoas não vivem sem golfinhos
pessoas vivem sem Anna Magnani

pessoas eu tenho um lado
aquele lado


desconheço o que esperam de mim, mas, definitivamente, seja lá o que for, não dou isso a elas.



eu sou uma ilha
náufrago
não se desespere

terça-feira, 1 de novembro de 2016



a certeza do bem
embala o neném
mas me deixa alerta
como o pássaro que hesita
para sair da gaiola
mas, sai, enfim se move
e nunca mais vem,
voa e vai além.

o trem chegou, sem o trem
estamos aqui, sem;
tem tanta gente
esperando carona,
que vem, com os ventríloquos
e inocentes babando no retrovisor
falar em nome de quem?

falar por aquele que nada tem
se é nisso que você acredita, tudo bem
mas oh,meu bem

#doisvelhosamigos

- nós vamos brigar por isso, não é?!
- vamos.
- ah, eu não queria... a gente é amigo faz tanto tempo...
- é verdade, mas nós vamos brigar.
- e se a gente deixar isso de lado,. são bobagens...
- não acho não. é por isso que a gente vai brigar. por causa de injustiça social, de socialismo, e de reconquista da democracia.
- você está falando merda.
- nós vamos é sair pra mão!